quarta-feira, 2 de junho de 2010

Curiomania -Como dizia a canção: “And the world will live as one” ?



            A eterna guerra entre judeus e palestinos ganha mais um capítulo esta semana: um comboio de ativistas sociais – que pretendia auxiliar a região –  foi atacado por tropas israelenses. Segundo Iara Lee, brasileira presente no comboio, “chegaram atirando”. Aí que eu me pergunto: seria vontade de qualquer Deus (seja ele de qual for a religião) ver seus próprios filhos matando uns aos outros? Seria vontade de Deus ver seres humanos explorando uns aos outros? Fome, guerra, miséria, opressão... indignidade.

            A Questão Palestina é apenas um fruto das religiões. No passado, religião e guerra eram quase sinônimas:

            Foi com a Jihad (guerra santa) que o Império Árabe saiu dominando o oriente médio, o norte da África, chegando até Poitiers (Império Franco), onde foram derrotados por Carlos Magno.

            Foi com a crescente expansão do Império Árabe que a Igreja Católica – junto com seus reis – passou a estimular as Cruzadas, a fim de se garantir o domínio de Jerusalém (a cidade de três religiões: católica, judia e muçulmana)

            Foi por causa da religião que o Exército Republicano Irlandês (IRA) vinha espalhando o terror na Inglaterra Anglicana/protestante.

            Foi por causa... bem, acho que já basta tanta matança, né?

            O fato é que o que foi criado para ser um alento para o ser humano, o que foi criado para pacificar a nossa alma ante esse mundo injusto e desigual passou a ser motivo de discórdia e raiva. Ao invés das pessoas amarem umas as outras, muitas passam a odiarem-se apenas por causa de crenças distintas. Daí que me lembro do trecho da música “Imagine”, de John Lennon, título deste artigo: quando o mundo vai ser um só? Quando as pessoas vão parar pra pensar que somos seres humanos em primeiro lugar, e não sacerdotes, pregadores, etc?

            Karl Marx, sociólogo e filósofo alemão, disse: “a religião é o ópio do povo”. O que ele quis dizer nessa citação – relevando-se sua circunstância histórica – foi que o proletariado, explorado pela burguesia industrial, vivendo num Estado sem leis trabalhistas nem garantias constitucionais, achava na Fé a sua saída para o sofrimento... Hoje, eu complementaria sua frase: “a religião é o ópio do povo, e Deus a verdade que ninguém vê”. Pois, o homem, pelo que parece, criou um outro Deus.

Acredite no Deus que criou o homem; e não no Deus que o homem criou.

            Sendo assim, será que foi certo:

- O Tribunal do Santo ofício e sua Inquisição durante a Idade Média?
Em nome do Pai?
A matança dos índios americanos por puritanos durante a colonização das treze colônias inglesas?
Em nome do Pai?
- A Questão Palestina que, desde a independência de Israel (1948) vem gerando conflitos e, por conseguinte, mortes?
Em nome do Pai?
Que Pai, afinal, desejaria morte a um filho? (Bem, talvez só no caso da mega-sena lá...)

          Eu, Renato, sou assinante da TVE, da Espanha. E confesso que fiquei simplesmente sem palavras ao ver um pai espanhol, cujo filho estava no comboio, proferindo as seguintes palavras: “Mi hijo o está detenido, o está herido, o se ha muerto”. A Fé em algo superior, que era para ser o nosso abrigo neste universo imenso e vazio, está tomando um rumo contrário! Está sendo palco de desumanidade. Como dito na “Curiomania” anterior, parece que Hades está novamente nos atingindo...

E,  se há uma escapatória para tanta desgraça, ela não vem de tecnologias, nem de conhecimento... ela vem... (vou deixar para o dramaturgo/cineasta inglês Charles Chaplin nos dar a resposta):

“Pensamos demasiadamente; sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas; mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida será de violência... e tudo estará perdido”

Estaria? Talvez haja uma esperança...

2 comentários:

Anônimo disse...

Deus nos fez livres, e sendo assim escolhemos nossas atitudes. Por que deveriamos depositar a culpa da insanidade humana em Deus? Se analisarmos, qual o tempo de Deus? Infinito! Os fatos que ocorrem hoje na Terra são apenas meros fragmentos no tempo de Deus.

Re Nato disse...

Segundo o texto, a culpa não está em Deus... mas sim na religião. A religião que vem desvirtuando os propósitos de Deus;

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